sábado, 30 de junho de 2012

CHE GUEVARA, HUGO CHAVEZ E A “ÁGUA NEGRA DO IMPERIALISMO”

“Quando alguém oferecia Coca-Cola a Che Guevara, ele costumava recusar com veemência: considerava-se diante da água negra do imperialismo. Durante o tempo em que foi ministro da Indústria, Che tratou logo de estatizar a fábrica da bebida instalada em Cuba. Para sua decepção, porém, a Coca-Cola socialista que passou a ser produzida nas fábricas estatais cubanas ficava muito longe da original. Irritado com o gosto de água suja do refrigerante estatal, ele resolveu visitar a fábrica para perguntar aos administradores por que produziam algo tão ruim. A resposta foi óbvia e clara: o próprio Che tinha expulsado do país os chefes da indústria, que levaram com eles a fórmula do refrigerante. 
 Muitos anos depois, na Venezuela, o presidente Hugo Chávez foi mais precavido. No início de seu governo, diante de greves em todo país, Chávez mandou militares à fábrica da Coca-cola. Não para invadir a empresa e nacionalizá-la. Mas, para impedir que a produção do refrigerante fosse interrompida. Protestos organizados por sindicalistas chavistas nos últimos anos até podem parar a produção de vez em quando. Estão autorizados a fazer isso, contanto que não impeçam os caminhões de sair do armazém repletos de garrafas cheias” (NARLOCH, Leandro; TEIXEIRA, Duda. Guia Politicamente Incorreto da América Latina. São Paulo: Leya, 2011, p. 65).

Nenhum comentário:

Postar um comentário