A era das redes sociais nos estimula a compartilharmos muitas coisas de nossa vida. Alguns compartilham muitos detalhes; compartilham intimidade. Essa semana li um texto do jornalista e dramaturgo Walcyr Carrasco publicado na revista Época. O artigo A Exposição da Intimidade me fez refletir muito sobre o fato de muitas pessoas postarem na internet muitas coisas intimas, mas nem por isso importantes; as vezes desnecessárias ou superficiais. Num trecho ele diz: "Uma das mais conhecidas frases do teatrólogo Nélson Rodrigues é: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”. Está se tornando ultrapassada. Ninguém mais se assusta com a intimidade, principalmente dos famosos. Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si. E me assusto ao pensar no que ainda vem por aí."
Os artistas (os famosos do texto) de um modo em geral, vivem da mídia, da exposição; quando mais visto, há mais possibilidades de negócios, trabalhos, etc. Mas, quando nós, os anônimos, nos expomos, ficamos revelando detalhes íntimos de nossa vida e família, parece estar associado ao trecho "Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si." Para mim algumas pessoas expõe sua vida nas redes sociais por carência de atenção, baixa autoestima, megalomania, etc. As redes sociais são uma ferramenta importante de comunicação, de compartilhamento de ideias e ideais, de gostos, de negócios, de pesquisas de tendências, etc. Mas, há pessoas que expõe muitas particularidades sobre sua vida sexual, sua vida afetiva... E que, falemos francamente, ninguém quer saber. Ou ao menos precisa saber. Às vezes, a vida desse anônimo é tão exposta que é facílimo para os falsos sequestradores extorquirem dinheiro pelo telefone de algum parente, pois eles têm on line, full time, os dados do pseudosequestrado.
O texto de Walcyr Carrasco é para nós um alerta. Não para pararmos de usar as redes sociais. Elas estão aí, são de nosso tempo, de nossa cultura, porém precisam ser usadas com sabedoria. No link que segue você pode acessar o texto de Walcir Carrasco na íntegra.
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