quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

FAMA: A DELE OU ADELE?




Os especialistas que me perdoem, mas fico impressionado com o "sucesso" desses vencedores de programas musicais. Principalmente dos da Globo. Calma. Não sou globofóbico nem sou da Universal. É que os vencedores são apresentados pela emissora como tendo alcançado um êxito hercúleo. E como prova de seu sucesso, o vitorioso desfila em inumeráveis programas de TV. Da Globo, é claro.

Veja o Sam Alves. Ele esteve ou estará está Jornal Nacional, no RJTV, no Encontro, no Esquenta, no Vídeo Show (o espelho de Narciso da Globo), no Globo Ecologia, Globo Ciência e quem sabe na Sessão da Tarde. Não desmerecendo o seu talento, essa exposição toda não é sinônimo de que ele tenha tanto talento assim ou tenha um talento extra-rede-globo-de-televisão. Até porque com o “jabá” adequado até eu canto no Faustão. Se ele não me interromper, é claro.

Veja bem: Sem consultar o Google você lembra de quem venceu o The Voice Brasil 2012? Não vou nem falar dos vencedores do extinto programa Fama, onde ninguém ficou famoso (só se for o tempo de fama prescrito por Andy Warhol) que era apresentado pela Angélica (que atualmente trabalha de esposa do Luciano Huck). Sei que muitas vezes um grande talento também precisa de uma grande oportunidade. Sei também que um grande talento sobrevive as oportunidades iniciais e até crises existenciais graves (veja o exemplo do Robert Downey Jr.).

Quando penso nesses vencedores de programas caça-talentos lembro-me da cantora britânica Adele. Qual programa ela venceu? Nenhum. Começou com um amigo postando demos de suas músicas no My Space em 2006, chamando a atenção do público especializado e da XL Recordings que em 2008 lançou o primeiro álbum da cantora, “19”, que ganhou vários prêmios e continua com a carreira em alta. Ressalto: ela começou com demos no My Space. E com músicas dela! Não foi no Idol, Fama, The Voices e nem é ex-BBB (carreira "artística" em alta no Brasil). Para Sam Alves, sinceramente, desejo sucesso, que seu talento não seja meramente fruto do senso musical de Lulu Santos, da Cláudia Leite (“aclamadíssima” no Rock in Rio 2011) e do Carlinhos Brown. Que não seja a fama warholiana de 15 minutos.

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